No âmbito do cumprimento das 16 medidas que os candidatos da CDU do Distrito do Porto se comprometeram a apresentar na Assembleia da República no primeiros 100 dias de mandato, o Grupo Parlamentar do PCP apresentou hoje uma proposta para a constituição do Museu da Resistência Antifascista, no Porto.
A proposta apresentada visa a instalação do Museu nas instalações onde funcionou a delegação da PIDE, na rua do Heroísmo, no Porto, onde actualmente está o Museu Militar.
Recorde-se que em 2015 a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, um Projecto de Resolução do PCP que recomendava a implementação de um percurso evocativo da memória dos presos políticos que por ali passaram, atendendo a uma reivindicação da URAP - União de Resistentes Antifascistas Portugueses. Na sequência desta aprovação, foi assinado um protocolo entre a URAP e o Ministério da Defesa e concretizado o percurso evocativo no edifício.
O Projecto de Resolução hoje apresentado refere que “para o PCP, o edifício do Heroísmo é um símbolo do regime fascista e, como antiga sede da polícia política, é o local adequado e justo para documentar, musealizar e, dessa forma, homenagear a luta pela liberdade daqueles que lá estiveram detidos e ali resistiram para construir no nosso país o 25 de Abril e o seu projeto emancipador de liberdade, progresso e desenvolvimento social.”
O distrito do Porto integra 18 concelhos, sendo 11 da Área Metropolitana do Porto (Gondomar, Maia, Matosinhos, Paredes, Porto, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Trofa, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia) e 7 da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (Amarante, Baião, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira e Penafiel).
Apesar de representar apenas 2,5% do território nacional, tem mais de 1,8 milhões de residentes, representando mais de 17% da população nacional.
Havendo realidades distintas e grande heterogeneidade nesta região, sobressaem problemas sociais e de exclusão que a atingem de forma transversal.
Os indicadores de pobreza e exclusão social que combinam situações de pobreza monetária, privação material, baixos salários e desemprego de longa duração do agregado familiar, são sinais muito preocupantes nesta região, onde milhares de trabalhadores não conseguem sair da situação de pobreza mesmo estando a trabalhar.
Há uma realidade regional específica no distrito cuja atenção e adoção de medidas dirigidas pode ajudar a responder a situações concretas, o que motiva o PCP a recomendar ao Governo que defina medidas de emergência social para o distrito do Porto face a situações de exclusão e pobreza extrema.