A DORP do PCP reuniu hoje com a direcção do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Urbanos do Norte para avaliar a situação do sector.
No decurso do encontro foi possível confirmar que o surto epidémico continua a ser o argumento para sustentar a diminuição da oferta de transportes públicos e a imposição do lay-off.
A evolução da situação da STCP nos últimos meses confirma que o processo de intermunicipalização poderá levar à invovernabilidade da empresa e à desresponsabilização do governo, nomeadamente quanto a investimentos futuros e à garantia do direito à mobilidade da população da região. Face a esta realidade, o Grupo Parlamentar do PCP apresentou hoje uma proposta reclamando do governo que:
1) Desencadeie um processo de reversão da “intermunicipalização” da STCP, ficando a propriedade da empresa à responsabilidade do Estado que deve garantir o financiamento à operação e aos investimentos necessários, cumprindo com as suas responsabilidades de assegurar o direito ao transporte público e à mobilidade das populações do Grande Porto;
Ao longo dos últimos dias temos sido confrontados com notícias sobre um alegado “défice tarifário de 2019” na Área Metropolitana do Porto, que serve de argumento para uma proposta de “compensação aos operadores” consensualizada no Conselho Metropolitano do Porto, que está agora em processo de ratificação nos diversos municípios.
Este alegado “défice tarifário” aparece como algo inquestionável, como se se tratasse de um problema real para o qual todos devemos procurar uma solução. O próprio documento consensualizado entre os vários municípios refere um “défice tarifário incremental” mas nunca o demonstra. Mas a DORP do PCP discorda.
Os desenvolvimentos em torno do surto epidémico estão a causar impacto em diversas áreas da vida nacional.
Face à situação e à diminuição da actividade e circulação de pessoas, as várias empresas de transportes diminuíram significativamente a oferta, com a supressão de carreiras e redução de frequência. Uma diminuição que a DORP considerou já para lá do aceitável, que deixou trabalhadores sem transportes nas suas deslocações casa/trabalho e fez com que, em várias situações, a lotação dos autocarros ou do metro não permitisse salvaguardar o distanciamento recomendado.