Os últimos dias ficam marcados por um surto de legionella no distrito do Porto, centrado essencialmente nos concelhos da Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Matosinhos, havendo já 67 casos identificados e 7 mortes.
Esta situação assume particular gravidade no atual momento, considerando o surto da COVID-19 e a sua especial incidência na região Norte.
Face a um cenário de muitas preocupações e poucas respostas, os deputados do PCP na Assembleia da República dirigiram um ofício ao governo alertando para a gravidade da situação e questionando sobre a forma está o Governo a acompanhar o surto de legionella, quais as origens e quais as medidas que estão a ser tomadas para o rastreamento de possíveis contágios e prevenção.
Face ao conjunto de notícias que têm surgido, designadamente a partir de posicionamentos de autarcas da região, a DORP do PCP não pode deixar de reafirmar posicionamentos e alertar para a acção concertada entre autarcas do PS do grande Porto para reclamarem medidas que, caso fossem assumidas, agravariam os problemas económicos e sociais que as famílias e muitas PME hoje já enfrentam, sem contribuírem para o combate ao surto.
O que estamos a assistir é uma competição entre autarcas para ver quem vai mais longe nas restrições, no alarmismo e na propagação do medo. Um problema já verificado há uns meses quando os presidentes de Câmara se atropelaram a alugar hotéis e montar hospitais de campanha em todo o lado que, por terem sido feitos sem qualquer articulação com entidades sanitárias nem ajustamento com a realidade, depois se comprovaram ser desnecessários.
Os últimos meses têm evidenciado a importância do SNS e dos seus profissionais, sem os quais o País não teria sido capaz de enfrentar o surto epidémico como o tem feito desde Março. Não fosse o SNS e a situação teria sido muito grave!
Mas os últimos meses evidenciaram igualmente os problemas de fundo do SNS que reclamam medidas estruturais, muito para lá do que o governo PS tem estado disponível para fazer. A importante resposta à Covid-19 não pode ser feita em prejuízo da resposta geral do SNS, nomeadamente dos cuidados de saúde primários, do acompanhamento de doentes crónicos, da prevenção ou das cirurgias programadas.