O distrito do Porto vive uma acentuada crise económica e social resultado das opções políticas dos últimos governos, agravada mais recentemente pela crise capitalista internacional.
A nossa região está mais pobre e, em lugar da prometida convergência, o nível de vida do Povo está cada vez mais longe da média europeia, o que explica o regresso da emigração, particularmente entre a Juventude.
O agravamento da situação económica e social do país é particularmente sentido região do Porto.
As consequências da política de direita no distrito são evidentes e marcam de forma acentuada a região e o dia-a-dia da sua população, destacando-se a destruição da indústria; o desemprego de 14%, atingindo mais de 124 mil trabalhadores; os baixos salários, com 200 mil trabalhadores com salários abaixo dos 600€; o aumento da precariedade, atingindo cerca de 25% dos trabalhadores por conta de outrem; a quebra de investimento público e consequente abandono ou interrupção de projectos importantes como as plataformas logísticas; o encerramento de serviços públicos entre tantos outros exemplos.
Em Portugal, com destaque para o Norte, a crise económica e social agrava-se e o desemprego não pára de aumentar, tornando esta região uma das mais pobres da União Europeia, como o prova documentos recentes do Eurostat.
Grandes empresas continuam a anunciar a diminuição da sua actividade e do emprego. Um dos exemplos mais graves é o da Qimonda, em Vila do Conde, que está a num processo de despedimento de mais de 600 trabalhadores, a somar aos cerca de 1000 que já tinha despedido no último ano. É, na prática, a destruição de uma das maiores e mais importantes empresas de um sector industrial estratégico para o desenvolvimento tecnológico.
Não podemos aceitar esta situação. É inaceitável que nem a Comissão europeia nem o Conselho tenham encontrado uma alternativa ao desmantelamento deste sector dos micro-chips, da nanotecnologia. É lamentável que continuem indiferentes ao agravamento do desemprego e à crescente agonia de vastas regiões da União Europeia.
dados e apreciações sobre o descalabro económico e social do distrito do Porto A variação de 20% no número de desempregados do distrito do Porto (números do primeiro trimestre de 2009 face ao período homólogo de 2008) evidencia as consequências cada vez mais graves das políticas que convergem nesta crise: muitos anos de desinvestimento público, destruição do aparelho produtivo nacional, falta de apoio às PME´s, política de baixos salários e diminuição de direitos laborais. Estas são algumas das razões estruturais que vão acentuando o fosso crescente entre a taxa de desemprego nacional, que se cifra em 9.8%, e a taxa de desemprego no distrito do Porto, que ascende aos 12,5%.