1.Os dados divulgados ontem pelo INE sobre a evolução económica das regiões confirma a denúncia que há muito temos vindo a fazer. A região Norte e o distrito do Porto estão mais empobrecidos fruto das opções políticas dos últimos governos que cortaram no investimento público, promoveram a destruição do aparelho produtivo nacional e encerraram ou privatizaram serviços públicos essenciais.
2.Segundo o estudo, é no distrito onde está a sub-região mais pobre do país (Tâmega com PIB per capita de 59, sendo a média nacional 100). O mesmo documento refere que o PIB per capita da região Norte é de 61%, o mais baixo do país, sendo a média da EU a 27 100%.
intervenção de Jaime Toga
membro da Comissão Política do PCP
O PCP tem vindo a caracterizar este como o período mais grave no plano económico e social, desde o 25 de Abril de 1974.Ao longo dos últimos 33 anos a destruição do aparelho produtivo nacional foi tal, que os sectores eminentemente produtivos viram o seu peso na produção nacional reduzido a menos de metade. A situação é tal que desde 2006 o sector da actividade financeira e imobiliária tem um peso superior na nossa economia ao da indústria na produção nacional.
intervenção de Georgios Toussas
membro da comissão de emprego e assuntos sociais do PE e do Comité Central do PCG
Caros Camaradas
Queria agradecer ao Partido Comunista de Portugal pela oportunidade de participar nesta iniciativa interessante.
A crise económica capitalista, que tem abraçado simultaneamente tanto os grandes centros imperialistas (UE-E.U.A.-Japão) como os países em desenvolvimento dinâmico, está a avançar. Alguns acontecimentos recentes, como a situação no Dubai, mostram a
fragilidade e a instabilidade da anunciada saída da crise económica
internacional capitalista.
intervenção de Ilda Figueiredo,
deputada do PCP no PE
A intensa crise do capitalismo que estamos a viver e para a qual também contribuíram as orientações, políticas e medidas económico-sociais tomadas no plano da União Europeia, e agravadas pelos governos portugueses, estão a ter graves consequências no plano social.
Como sempre acontece nestas crises, quem mais sofre são os trabalhadores e as populações mais carenciadas. Mesmo os números oficiais já não podem esconder a gravidade da situação. Por exemplo, os últimos dados do Eurostat confirmam as dramáticas consequências sociais da crise a nível da União Europeia. A taxa de desemprego subiu na União Europeia a 27 para 9,3% e na zona euro estava em 9,8%. Isto significa que temos, hoje, mais de 22,5 milhões de desempregados na União Europeia, quando, há um ano, o mesmo Eurostat apontava 17,5 milhões de desempregados. No espaço de um ano o desemprego aumentou 28,5% a nível comunitário, tendo arrastado para o desemprego mais cinco milhões de trabalhadores.