Uma delegação da Direcção Regional do Porto do PCP esteve, hoje de manhã, presente na concentração de médicos em frente ao Centro Hospitalar São João que inaugurou o primeiro de dois dias de greve daqueles trabalhadores.
Num quadro em que a proposta de Orçamento de Estado agudiza a situação no SNS - ao mesmo tempo que canaliza cerca de 8 mil milhões de euros para o sector privado da doença - foi transmitida a solidariedade do PCP aos trabalhadores em luta por direitos, por melhores condições de trabalho, e pelo Serviço Nacional de Saúde.
Também na saúde é hora de mudar de política, atraindo e fixando milhares de trabalhadores que fazem falta nos serviços públicos, e reforçando o SNS.
Pelo aumento de salários
Contra o aumento do custo de vida
As ruas do Porto acolheram hoje muitos milhares de trabalhadores na manifestação convocada pela CGTP pelo aumento de salários e contra o aumento do custo de vida.
Uma delegação do PCP, integrando Alfredo Maia, deputado na Assembleia República, participou a manifestação valorizando a mobilização dos trabalhadores na exigência de respostas e soluções para os seus problemas, só possível com a mudança de políticas.
A EFACEC tem cerca de 2000 trabalhadores, exporta para 60 países e é uma empresa que desenvolve soluções de alta tecnologia para geração, transmissão e distribuição de energia.
Uma empresa de ponta e capaz de dar resposta aos novos desafios tecnológicos e ambientais que aí estão. Produtora de transformadores, detém patentes internacionais em sistemas modulares inovadores e ambientalmente sustentáveis.
Uma delegação do PCP, composta por membros da Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) e pelo deputado à Assembleia da República Alfredo Maia, reuniu, a convite do SINPICVAT, com trabalhadoras da unidade fabril de Vila Nova de Gaia da La Perla - marca italiana de lingerie do sector de moda de luxo - tendo tomado conhecimento do encerramento daquela unidade, sem qualquer aviso prévio nem quaisquer sinais de dificuldades de subsistência (a boa situação financeira é atestada pelo relatório de contas de 2023), deixando cerca de 200 trabalhadoras na iminência do desemprego e sem qualquer documentação para acesso ao subsídio de desemprego.
Milhares de pessoas juntaram-se nas ruas no Porto exigindo o fim da agressão ao povo palestiniano e reclamando a paz no Médio Oriente e reclamando o urgente fim do massacre na Palestina. Mais de 9.000 palestinianos foram mortos nas últimas semanas, incluindo cerca de 3.000 crianças. Este é o resultado do não cumprimento das resoluções da ONU por parte de Israel, que alimenta uma ocupação opressiva e de apartheid que persiste há 75 anos. É necessária a crítica à hipocrisia e ao cinismo que envolvem este tema, na tentativa de simplificar o conflito como uma guerra entre Israel e o Hamas. Apelamos a um imediato cessar-fogo, ao cumprimento das resoluções da ONU, ao fim da brutalidade e desumanização que resultam em milhares de mortes, e à efectiva concretização de um Estado palestiniano livre e independente.
O acordo divulgado pelo Governo que concretiza a privatização da EFACEC é revelador do carácter desastroso da política económica que está em curso, onde se insere esta operação contra os interesses nacionais.
1. - Depois de terem sido investidos centenas de milhões de euros de recursos públicos para salvar a EFACEC dos impactos da guerrilha accionista em que estava mergulhada, o Governo vem anunciar que entregará a empresa ao fundo de investimento alemão Mutares, mais 200 milhões de euros que ainda serão investidos pelo Estado, a troco de nada.
O fundo de investimento alemão receberá assim, de mão beijada (o pouco que investe é em capital da empresa que compra), uma das principais empresas industriais portuguesas, capitalizada, com crédito e garantias, trabalhadores altamente qualificados, capacidade de investigação, líder em vários segmentos de mercado e com encomendas de centenas de milhões de euros em carteira.
Para o PCP a privatização da EFACEC é um crime contra os interesses nacionais.
2.- Como todas as privatizações, esta é também uma decisão opaca, feita nas costas dos trabalhadores da empresa e do povo português. Uma decisão que foi preparada ao longo de meses, com o Governo a manter os administradores designados pelos accionistas privados e que contou com o envolvimento e patrocínio da Comissão Europeia e da DGComp, sempre empenhadas numa cada vez maior concentração de capital, designadamente o grande capital alemão.
Ao contrário do que diz o Governo, não é a privatização que garante o futuro da EFACEC e muito menos o seu papel na economia nacional. Se a EFACEC hoje existe é porque houve intervenção pública, é porque a empresa foi nacionalizada. Se dependesse dos accionistas privados e da banca teria sido destruída em 2020/2021.
Os trabalhadores da Administração Pública realizam hoje uma greve nacional contra o empobrecimento, por um aumento imediato e real dos salários, pela valorização das suas carreiras e profissões, e por conseguinte do reforço dos serviços públicos prestados às populações.
No distrito do Porto os impactos da greve fizeram-se sentir em diversos serviços da administração pública central e local, configurando uma clara resposta dos trabalhadores na exigência de soluções para os seus problemas e anseios.
Uma delegação da DORP do PCP expressou a sua solidariedade com esta luta durante uma concentração de delegados e activistas dos vários sindicatos, que decorreu em frente ao hospital São João, no Porto.