Os trabalhadores da Segurança Social cumprem hoje uma importante jornada de luta com greve e uma manifestação em Lisboa, para a qual se estão a deslocar 150 trabalhadores do distrito do Porto que protestam contra a intenção do governo de despedir cerca de 700 trabalhadores efectivos e necessários à Segurança Social. A adesão no distrito do Porto está a ser enorme, com instalações fechadas, como na rua da Alegria, no Porto, e em Gaia.
Ao segundo dia a Marcha nacional da CGTP desfilou pelas ruas da cidade do Porto. O PCP, demonstrando a sua solidariedade activa com a luta contra o projecto de exploração e empobrecimento, pela ruptura com a política de direita e por uma política de esquerda e soberana, marcou presença com Jaime Toga, membro da Comissão Política do Comité Central, e outro membros do Comité Central e da Direcção da Organização Regional do Porto.
A DORP do PCP saúda os trabalhadores que hoje, respondendo ao apelo da CGTP-IN, participam no “Dia nacional de acção e luta – por uma política soberana e de esquerda” em curso em todo o país.
No distrito do Porto, os trabalhadores de muitas dezenas de locais de trabalho estão em luta, com greves, paralisações, concentrações e outras acções, envolvendo o sector público e o sector privado. Foi uma resposta de confiança e disponibilidade para prosseguir a luta que manifestaram hoje os trabalhadores das cantinas (cuja greve atingiu 100% em dezenas de locais de trabalho), das Misericórdias (com uma concentração de grande impacto na Misericórdia de Gaia), da indústria (com greves de grande adesão em importantes indústrias como a Groz-Beckert, a Sakthi, a Inapal e a Ficocables, uma concentração dos trabalhadores da Petrogal e os trabalhadores da Unicer que se deslocaram a Lisboa em greve), do sector ferroviário (com greve na CP Carga e uma concentração da EMEF), da administração local (com uma greve e concentração em Gondomar em defesa da jornada de 35 horas de trabalho semanal, à qual se juntaram os trabalhadores das escolas desse concelho), do comércio (com uma greve dos trabalhadores da logística do grupo Sonae e uma concentração junto à sede da empresa).
Mais dinheiro para os privados. Pior serviço para os utentes. Menores garantias para os trabalhadores. A revisão do Caderno de Encargos para a Subconcessão da STCP e Metro do Porto e o consequente adiamento da data para a apresentação de propostas, serviram para que o Governo fizesse o “frete” aos privados e à sua gula insaciável. Em suma, as alterações mais significativas representam: mais dinheiro, mais tempo de contrato e menos regras para os privados No caso dos STCP, a percentagem das receitas que estes passam a poder reclamar passa dos 23,8% para os 30%, o que representa, aproximadamente, mais 3 milhões de euros/ano, podendo esta verba ser ainda maior caso a receita do subconcessionário não for a estimada. O prazo da subconcessão é alargado por mais 2 anos. É facilitada a contratação de serviços pelo subconcessionário a outras empresas. Desaparecem imposições relativamente à frota de autocarros (abrindo caminho à utilização de autocarros sem piso rebaixado, mais antigos e poluentes). É eliminada a necessidade de obter autorização da STCP para que o subconcessionário possa utilizar o património colocado à sua disposição noutros “serviços” do seu exclusivo interesse. A cláusula “cheque em branco” é reforçada, abrindo caminho ao “ajuste directo” entre as partes, a pretexto de uma eventual «reposição do equilíbrio financeiro do contrato». Basta atentar nestas alterações para que fique ainda mais claro, que ao contrário do que o Governo afirma, com a subconcessão nem as populações vão ficar mais bem servidas, nem o problema financeiro destas empresas vai ficar resolvido.