Intervenção de Fátima Monteiro, membro da DORP do PCP

comcio_porto
Porto, 13 de Junho de 2009
 
Camaradas
 As políticas liberais em curso implementadas pelos sucessivos governos, fortemente agravadas pelo PS, governo têm levado à deterioração do aparelho produtivo, conduzindo ao agravamento das condições de vida e de trabalho dos portugueses.
Assistimos a um aumento exponencial do desemprego, da precariedade, que flagelam essencialmente os jovens. Que cada vez mais ingressam no mundo do trabalho sem direitos.


Este governo, que se diz socialista e preocupado com as questões sociais, encarrega-se afincadamente em cumprir  as metas estabelecidas pelos poderosos do mundo.
O governo de José Sócrates produziu um conjunto de alterações legislativas, altamente gravosas, tornando as relações laborais cada vez mais desiguais, tendo como único objectivo permitir ao patronato diminuir os custos da mão de obras, agravando deste modo a exploração dos trabalhadores. Exemplo gritante foram a s alterações a legislação laboral, designadamente as alterações ao já mau código de trabalho, alterações estas fortemente contestadas pelos trabalhadores de que foram expressão disso, as grandiosas manifestações levadas a cabo pelo CGTP no decorrer do mandado deste governo, onde milhares e milhares de trabalhadores resistiram, não se conformando com esta politica, exigindo uma mudança no rumo da actual politica.

O descontentamento é transversal a todos os grupos profissionais, seja do sector publico ou do privado. O ataque do governos PS tem-se igualmente centrado na destruição do sector publico com fecho de hospitais, escolas e outros serviços, abrindo caminho á entrada do grande capital em sectores essenciais como são os da saúde e da educação. Só não foi mais longe, porque a luta e a determinação dos trabalhadores e das populações os condicionou levando mesmo à demissão do ministro da saúde… 
Na região do Porto a situação social é das mais graves do país.
São centenas e centenas de empresas, dos mais diversos sectores de actividade, que encerraram, nos têxteis, na metalurgia, no comércio, calçado entre outros, onde diariamente podemos assistir na Comunicação Social ao desespero de muitos trabalhadores ao serem confrontados com o desemprego.
O PS mentiu aos portugueses. Preconizaram no seu programa eleitoral várias promessas entre as quais a famosa criação de 150 mil postos de trabalho. Onde estão eles?
O nosso distrito assistiu ao agravamento brutal dos níveis de pobreza.
É aqui onde vive um terço dos beneficiários do rendimento mínimo;
onde o desemprego no último ano aumentou 20%;
onde há maior taxa de desemprego;
onde existe maior taxa de precariedade.
E quais têm sido as medidas por parte do governo para responder a estes problemas?

Escudando-se num quadro de crise usa-se e abusa-se da lei off em que milhares de trabalhadores vêm os seus parcos salários reduzidos em centenas de euros. É neste quadro de ataque feroz aos direitos, de pressão e de medo que os trabalhadores tem lutado e continuarão a lutar de forma determinada contra as politicas em curso. Exemplos dos enfermeiros, policias, trabalhadores do vestuário, transportes, entre outros.

Camaradas

O dia 7 de Julho foi mais um dia em que os cidadãos, os trabalhadores os reformados, os jovens mostraram de uma forma clara e inequívoca um cartão vermelho ao governo,   expressaram o seu descontentamento, exigindo uma mudança no rumo da actual politica
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Camaradas
Temos a certeza que a luta e a determinação em mudar não vai parar. As eleições legislativas e autárquicas vão ser novamente expressão desse descontentamento. Vão ser de certeza dosi grandes momentos de luta dos trabalhadores. E ate lá os trabalhadores nos seus locais de trabalho vai continuar a lutar por emprego digno e com direitos.

As eleições do passado domingo, reforçando o Partido e a CDU deram mais força à luta dos trabalhadores. É necessário que essa tendência se acentue nos próximos actos eleitorais. Não nos podemos esquecer se o Partido tivesse mais deputados na AR não se teria aprovado as alterações ao Código de Trabalho.

Sabemos que a batalha não é fácil até e porque as classes dominantes têm instrumentos poderosos, como a comunicação social, tentando a todo o custo condicionar a população a conhecer a mensagem do Partido e da CDU.

No entanto a nossa determinação e persistência acabarão por dar razão a quem a tem
Viva o PCP