4 Julho, 18h, Junta Freg. Sto Ildefonso, Porto
com a participação de Paulo Raimundo, Secretário-geral do PCP
4 Julho, 18h, Junta Freg. Sto Ildefonso, Porto
com a participação de Paulo Raimundo, Secretário-geral do PCP
O sector das pescas tem vindo a enfrentar dificuldades crescentes. Os dados de 2022 indicam que houve um aumento inferior a 1% no rendimento dos pescadores no quadro de uma inflação de 8%. Ou seja, os pescadores tiveram menos rendimento em 2022 que em 2021.
Em termos nacionais a Balança Comercial da Pesca agravou-se significativamente: menos 10% de pescado, menos 13% de receita e aumento das importações.
O total de pescado desembarcado também diminuiu sendo que as maiores quebras de produção são em Matosinhos, na sardinha.
A pesca da sardinha tem um peso significativo no sector e em particular na frota do cerco, com forte expressão no distrito do Porto, designadamente na Afurada, em Matosinhos, na Póvoa de Varzim e Vila do Conde.
Ao longo destes 2 anos temos assistido a várias declarações de intenções para a Refinaria de Matosinhos, nenhuma se concretizou e tudo se mantém inalterado, ou pior, indefinido. O futuro de muitos trabalhadores também continua por definir. Prometeu-se a formação profissional, a reintegração em outras atividades, e que “ninguém ficaria para trás”.
Dois anos passados e 137 trabalhadores despedidos que continuam sem respostas, é bom que se clarifique que a solução para estes trabalhadores, não é integrarem a CP, uma vez que o Governo prometeu o pagamento do curso de Maquinista, contudo, o que se verificou são 20 vagas, um conjunto largo de testes psicotécnicos, nenhuma garantia de integração na CP e devido à idade destes trabalhadores sem progressão na carreira.
A proposta de reintegração de trabalhadores na Refinaria de Sines, também não é a solução, uma vez que começam do início da carreira (segundo a Petrogal) e envolve uma deslocação de mais de 500 km que pressupõe elevados custos, incluindo, para muitos trabalhadores, deixarem as suas famílias.
Assistimos esta semana a mais um anúncio de propaganda do governo, a assinatura de um protocolo para a “possível instalação de um centro internacional de biotecnologia azul” e como denuncia a Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal é “ uma hipótese para sabe-se lá quando, produzir sabe-se lá o quê, financiado por sabe-se lá quem nos terrenos da Refinaria do Porto. Mantendo a discrição sobre um tema tão quente como a manutenção dos trabalhadores no desemprego. “
A deputada do PCP no Parlamento Europeu, Sandra Pereira, reuniu com a comissão sindical da Petrogal e contactou com os trabalhadores da refinaria de Matosinhos, confirmando que, 2 anos após o anúncio do encerramento desta refinaria, os trabalhadores continuam sem saber o seu futuro.
O encerramento da refinaria de Matosinhos é um exemplo claro de como fundos públicos (nacionais ou da UE) podem, ao invés de contribuir para a coesão e desenvolvimento, promover desemprego e desigualdade. O PCP continuará a intervir, nomeadamente no Parlamento Europeu, em defesa dos trabalhadores e do interesse nacional.