Sobre Trabalho de Informação e Propaganda e ligação às massas

intervenção de Belmiro Magalhães, da DORP do PCP
belmiroCamaradas,
Como várias das intervenções que me antecederam o demonstraram, vivemos uma fase de profundos ataques a conquistas económicas, sociais e políticas. As limitações às liberdades democráticas são crescentes, assim como o silenciamento e deturpação das posições do Partido.
A concentração dos principais órgãos de comunicação social na propriedade de grandes grupos económicos, num contexto de maior e mais evidente subordinação do poder político ao poder económico, é hoje um factor evidente de controle ideológico. Se somarmos a este facto outras formas mais assumidas ou subliminares de condicionamento da opinião, confirmamos a dominação das ideias e conteúdos circulantes por interesses estranhos aos trabalhadores e ao povo português.
Actualmente apresentam-nos o pluralismo de opinião como pondo num canal de televisão um comentador do PSD e outro do PS! Actualmente, apesar de existirem dezenas de jornais diários e semanais, revistas sobre a vida política, a economia, as artes e letras, rádios e televisões com programas de informação de hora em hora, há cada menos vozes democráticas com presença nos média! Actualmente transformam-se gestores e governantes corruptos em vítimas e os trabalhadores públicos em carrascos. Actualmente faz-se travestismo com as palavras ao ponto de-se abrirem telejornais com um candidato a líder do PSD a defender “uma ruptura com as politicas seguidas nos últimos 15 anos”, veja-se lá! 
Vivemos tempos em que se criam autênticos mitos como o do défice das contas públicas! Vivemos tempos em que se procura convencer todos que é aumentando os lucros dos grupos monopolistas e impondo a austeridade aos trabalhadores que se resolve a crise económica e social resultante da desigual distribuição da riqueza! Vivemos tempos tempos em que se justificam ocupações militares de países soberanos com falsidades evidentes!
As limitações à propaganda política são cada vez mais frequentes, quer sobre a forma de regulamentos municipais, quer através de tentativas de proibição de distribuições em locais públicos ou o impedimento de pintura de murais em locais enquadrados nas disposições legais existentes.

Camaradas,
Ainda há muito pouco tempo saímos de um ciclo eleitoral com três eleições. A desproporção de meios em relação aos nossos principais adversários foi enorme!
Respondemos à enorme desproporção de meios com a militância comunista. Com os poucos recursos que tivemos, fizemos impressionantes campanhas de massas, privilegiando o contacto directo com as pessoas e garantindo uma presença visual muito razoável da CDU por todo o distrito. Em muitos casos, as Organizações fizeram investimentos na aquisição  de equipamentos como estruturas mupi ou sonoras para automóveis, para capacitar a sua intervenção no período eleitoral.
Passadas as eleições não podemos deixar de investir politicamente nesta frente. Importa naturalmente adequar, por exemplo, o nº de estruturas mupi colocadas às exigências decorrentes da sua manutenção permanente, sem deixar de garantir a existência de uma rede de mupis capaz de garantir uma boa presença de rua do Partido. 
Findo o ciclo eleitoral e recolhidas, só no distrito, as centenas de outdoors e milhares de minireds dos nossos adversários, importa cuidar com atenção da nossa informação. O aperfeiçoamento do trabalho de informação e propaganda do Partido é, consequentemente, um factor de importância fundamental para o reforço da influência do PCP na sociedade portuguesa.  Se o PCP não tiver meios próprios de afirmação das suas propostas e projecto de ruptura e mudança, ficamos reféns da perversão das dinâmicas tablóides e da censura hoje existente.
O PCP tem um permanente trabalho de informação e propaganda sem paralelo em qualquer outro partido político em Portugal. Desde as campanhas nacionais, como a que campanha em curso até Março, às campanhas regionais, aos documentos e acções nos concelhos, freguesias, sectores e empresas, o Partido regularmente organiza acções de contacto com os trabalhadores e as populações, denunciando as injustiças.
Precisamos de continuar o esforço de aperfeiçoamento do nosso trabalho de propaganda, vencendo rotinas instaladas e concepções que subestimam a importância deste trabalho. Ao nível das organizações, temos que traduzir a compreensão da grande importância da propaganda do Partido responsabilizando mais camaradas e estruturando colectivos capazes de imprimir mais capacidade de intervenção e respostas mais ágeis aos problemas.
A entrega de documentos preferencialmente em mão à porta das empresas e nos locais de maior circulação, procurando estabelecer contacto directo com os transeuntes é parte de um estilo de intervenção que caracteriza o nosso partido. Temos de ser ainda mais eficazes na rentabilização dos materiais disponíveis.

Camaradas,
Cada militante comunista deve ser um elemento de esclarecimento junto daqueles com quem se relaciona, ajudando à compreensão do papel indispensável e insubstituível do PCP e das limitações e contradições do próprio sistema capitalista. Todos nós devemos dar voz às posições do Partido! A influência de cada um junto de outros no combate ao “pensamento único”, ao ideário do fatalismo e da resignação, às consequências negativas das políticas de direita nos mais diversos aspectos da vida do povo, não é um elemento que devamos subestimar, pelo contrário.

O trabalhado de informação e propaganda é um elemento fundamental na ligação do Partido às massas. Um elemento que deve ser impulsionado e reforçado.

Viva a luta dos trabalhadores e das populações!
Viva o ideal comunista!
Viva o PCP!