O problema do trânsito na VCI está estudado e diagnosticado há muito, mas sucedem-se declarações e anúncios de medidas avulsas que não enfrentam seriamente o problema, ao mesmo tempo que alimentam a possibilidade de portagens na VCI, que o PCP rejeita liminarmente.
Depois de, em Setembro de 2024, o Ministro das Infraestruturas ter anunciado um “solução definitiva para os problemas do trânsito na VCI” até ao final do ano de 2024 , e depois do anúncio, em Abril de 2025, da criação de um grupo de trabalho com representantes do Governo, da IP, da AMP e dos Municípios “com o objetivo de desenvolver medidas concretas para melhorar a fluidez do tráfego na VCI, que acompanhou com a afirmação de que que a “partir de 1 de janeiro de 2026 o transporte pesado de mercadorias terá, tendencialmente, portagens gratuitas na CREP (A41 e A42)”, veio ontem reunir com autarcas da Área Metropolitana do Porto, para substituir as soluções definitivas por uma medida avulsa e minimalista para Março de 2026.
Perante o arrastar da situação, a DORP do PCP reitera a necessidade do problema ser enfrentado de forma integrada e nas suas diversas dimensões, assumindo desde logo que a redução do trânsito de atravessamento da cidade do Porto não se faz sem o reforço da oferta pública de transportes, que carece de um rápido e significativo investimento público desde logo face à situação de sobrelotação de metro, comboio e autocarros no acesso à cidade do Porto, particularmente em hora de ponta, e com a concretização das novas linhas de Metro há muito prometidas;
Em relação à questão mais concreta do tráfego rodoviário e da VCI, a DORP do PCP destaca para uma resposta global e integrada:
1) A eliminação das portagens para todos os veículos na A41/CREP, permitindo canalizar para essa via o trânsito de atravessamento da VCI por quem faz o trajecto Sul/Norte e Norte/Sul sem destino ao Porto. Recorde-se que o PCP apresentou uma proposta neste sentido no Orçamento do Estado que está neste momento em discussão;
2) Construção de uma Circular Regional Interna do Porto que, aproveitando parte da A41, designadamente da sua travessia sobre o Douro, faça uma ligação à A4 na zona de Ermesinde/Valongo;
3) Impedimento de circulação de viaturas pesadas na VCI, pelo menos daquelas que não se destinam à cidade, durante as horas de ponta da manhã e do final da tarde, em vez do seu portajamento;
4) Criação de equipas de intervenção rápida na VCI, com meios humanos e materiais capazes de intervenção na resolução dos acidentes e avarias que diariamente causam inúmeros engarrafamentos com consequências na circulação em toda a cidade e municípios vizinhos;
5) Requalificação de alguns nós mais problemáticos, designadamente o de Francos e de acesso à A3, incidindo nas questões de segurança e escoamento do trânsito.
Porto, 25 de Novembro de 2025
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP