Tratando-se de um dos principais problemas da região, a Habitação foi o tema da primeira reunião do deputado eleito pelo distrito do Porto, Alfredo Maia. Da reunião com o IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana), destacam-se as questões que o PCP colocou sobre o estado das habitações desta instituição, as graves necessidades habitacionais identificadas no distrito, sobre a reconversão de edifícios públicos para a habitação a preços controlados, assim como os atrasos no programa de apoio às rendas, que têm deixado desesperadas dezenas de milhares de pessoas.
Denunciado há muito pelo PCP, agravam-se problemas inadmissíveis de infraestruturas, infiltrações, humidade e falta de conforto térmico nos bairros do IHRU do distrito - do Porto, como é bem expressivo o caso do Viso, a Felgueiras ou Penafiel -, carecendo a sua maioria de obras de reabilitação há décadas. Expressão da incapacidade de resposta aos problemas pontuais e estruturais, expectavelmente agravada com as mais de 11 mil casas prometidas pelo Governo.
Foram tratadas a execução dos programas ao abrigo do PRR, particularmente o 1o Direito que, propondo-se a “eliminar situações de carência ou de indignidade habitacionalˮ nos municípios, tem apenas 2 mil habitações entregues face às 26 mil prometidas até 2026. Situação que dificilmente acompanhará os problemas crescentes, onde só no distrito identificou quase 14 mil famílias nesta situação (mais de 32 mil pessoas), mas estimando-se ser hoje mais do dobro.
O deputado comunista criticou o atraso na concretização da decisão do Governo, em 2021, de destinar edifícios públicos para habitação, designadamente do Ministério da Defesa que, à excepção das recentemente iniciadas obras nas instalações do Distrito de Recrutamento Militar (na Avenida de França, ao lado da estação da Casa da Música), não teve até hoje qualquer evolução nos edifícios do Quartel de Manutenção Militar em Lordelo do Ouro e das Oficinas Gerais de Fardamento, na rua da Boavista.
Sem deixar de afirmar a defesa de um substancial reforço de meios do IHRU, incluindo com a criação de serviços localizados nas regiões e com meios para outra relação com os moradores dos seus bairros e conhecimento do terreno, o PCP auscultou ainda as necessidades gritantes de meios humanos e técnicos para desenvolver o seu trabalho e para adquirir outra capacidade de resposta, que permita de facto enfrentar os graves problemas de habitação na região e no país.
Honrando os compromissos, garantindo que nenhum voto na CDU será desperdiçado, esta reunião é exemplo de como os trabalhadores e o povo podem contar com a iniciativa e intervenção do PCP para dar resposta e solução aos problemas que aí estão, para ser a força que não fica à espera e assume o papel de combate por uma vida melhor.