Em defesa de um serviço de transportes ao serviço das populações!

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A STCP está a realizar um processo de reestruturação da rede de autocarros que poderá ter consequências muito negativas para os utentes.

Sustentada numa argumentação economicista e a pretexto do Metro que de modo algum cobre todas as áreas da cidade, a STCP decidiu encerrar algumas linhas que considera que não serem rentáveis.
Os protestos da população, a que os eleitos da CDU deram sempre voz nas Juntas e Assembleias, na Câmara Municipal e na Assembleia da República, impediram que estas medidas avançassem sem que, pelo menos por enquanto, fossem criadas alternativas de transporte nas zonas afectadas. Por acordo entre a Câmara e a STCP passarão a funcionar na zona do R. Júlio Dinis, R. D. Manuel II, R. D. Pedro V e R. da Restauração, na zona da Arrábida e bairros de Lordelo e na zona entre a Praça do Infante e o Freixo, novas carreiras com autocarros de menor capacidade que realizarão pequenos percursos.
Mas atenção! Este acordo significa mais uma desresponsabilização pelo Governo de uma função social do Estado e a subordinação da Câmara às políticas de desmantelamento dos serviços públicos bem como a sua colaboração na redução gradual da oferta de transportes, na medida em que passará a ser a autarquia a suportar os custos de funcionamento dos autocarros (obrigação da administração central), ao invés de assumir uma posição intransigente na defesa dos direitos dos utentes.
Esta "solução" não é definitiva. Será avaliada trimestralmente a sua viabilidade, não existindo portanto nenhum compromisso sobre a manutenção deste serviço a prazo.

Estas carreiras terão menor frequência que as restantes e forçarão os utentes a mais transbordos do que acontecia anteriormente.
A população, sobretudo a mais idosa e desfavorecida, o desenvolvimento harmonioso da cidade e o combate à desertificação da Baixa, implicam um serviço de transportes públicos de qualidade e com objectivos sociais. A "solução" que a Câmara e a STCP estão a desenvolver insere-se numa lógica de rentabilização e não a prestação de um serviço à comunidade, o que conduzirá também ao aumento significativo dos preços e é prejudicial para os utentes porque tem uma frequência menor, obriga a mais transbordos e sobretudo porque é assumidamente provisória.
Já valeu a pena lutar contra as medidas gravosas que estiveram na calha, mas é necessário continuar!
Não é inevitável ficar sem transportes públicos.
Com a luta conseguimos impedir que retirassem completamente o serviço de transportes nestas zonas, com a luta podemos obrigar ao reconhecimento da necessidade da sua existência!
Os utentes da STCP podem contar, como sempre, com o PCP na defesa dos seus interesses e da cidade!

Fevereiro 2006
A DOCP do PCP